Brincar é fundamental! Para a criança,
funciona como um ensaio sobre o mundo. É onde ela pode desenvolver e ampliar
suas percepções acerca de seu universo. Para os pais, um momento de formar
vínculos, ser participativo na vida dos filhos e até mesmo soltar um pouco a
imaginação e descarregar o estresse. E isso não é apenas papel das mães, não!
Os pais também podem e devem abrir mão de sua postura mais durona e se entregar
às brincadeiras. “As energias feminina e masculina são diferentes. Enquanto o
feminino é mais do cuidado, das histórias, da suavidade, da ‘casinha’ (no bom
sentido), o masculino é mais ´guerreiro´, aventureiro, corporal”, destaca a
pedagoga Maria Lúcia Medeiros, coordenadora executiva do movimento Aliança pela
Infância.
Claro que tanto mãe como pai podem
brincar de tudo com a criança, mas o pai é aquela pessoa que tradicionalmente
ensina a jogar bola, andar de bicicleta, de skate, subir em árvore... “O pai
geralmente brinca com algo que tenha uma energia física mais envolvida, como
empinar pipa, brincar de pega-pega ou outras brincadeiras de correr (costumamos
chamar de brincadeiras agonísticas ou do fogo)”, diz a pedagoga.
Ela explica que o ato de brincar é
sempre um fortalecimento de vínculos. Para o pai, estar presente nesta
atividade ajuda a reforçar a afetividade, a confiança, o companheirismo, a
cumplicidade. Ou seja, estreita a relação. “O filho percebe o pai como uma
pessoa presente em sua vida, uma pessoa que pode confiar, admirar, imitar... O
pai também entra no universo da criança, passa a conhecê-la e compreendê-la
melhor”, frisa.
Frase de destaque:
O ATO DE BRINCAR É
SEMPRE UM FORTALECIMENTO DE VÍNCULOS
Figura paterna
Apesar de hoje não ser mais possível
falar em modelo de pai, já que a constituição das famílias está cada vez mais
diversa, ainda assim é necessário ressaltar a figura paterna como ímpar na
formação do filho. Quando abre mão dos compromissos ou mesmo dos seus momentos
de descanso para se dedicar a brincar com a criança, o pai está somando pontos
na relação mais importante da sua vida. “Esse tema da presença dos pais na vida
dos pequenos tem aparecido cada vez mais nas reflexões e é superimportante.
Brincar é sempre um fortalecimento de vínculos, então, nada mais pertinente do
que pai (e mãe) brincarem com seus filhos”, explica Maria Lúcia.
O empresário EdivanJoca de Araújo
exerce com prazer essa função de participar das atividades lúdicas com as
crianças. Pai das gêmeas Letícia e Larissa, de 11 anos, e Lucca, de 7 anos, ele
costuma se dedicar com grande empenho nos cuidados com os pequenos, levando e
buscando na escola diariamente e procurando estar presente na educação, nas
regras, na alimentação e, claro, nas brincadeiras.
Edivan conta que os momentos de
descontração acontecem sempre no começo da noite, que é quando as crianças
voltam da escola, e aos finais de semana, quando ele está de folga. “As
brincadeiras são muitas. Na maioria das vezes, jogamos bola, brincamos de
pega-pega, rolamos no chão. Um momento bastante divertido é quando disputamos o
jogo da memória nos tablets. Outro papel que sempre assumi foi acompanhar nos
brinquedos do parque de diversões: carrinho de trombada, roda-gigante,
montanha-russa... Nessas horas, sou eu que me divirto junto com eles”,
salienta.
A mãe das crianças, a empresária Ester
Parreira de Miranda, acredita que este envolvimento do marido com os filhos só
traz recompensas. “Os três têm uma ligação forte com ele e se espelham muito no
exemplo que o pai passa. Ele é um homem sério, que trabalha muito, mas sabe se
divertir com os filhos e mostrar o afeto e o lado descontraído das coisas. Acho
isso fantástico, pois as crianças têm se desenvolvido com responsabilidade, mas
também com leveza”, afirma.
Edivan sabe que entrar na brincadeira
dos pequenos é fundamental para a relação deles. “Eu volto a ser criança e para
eles parece um momento pra lá de divertido, além de ser uma grande troca de
amor. Acredito que são momentos inesquecíveis para todos nós”, destaca.
Siga seus instintos
Para muitos pais, entregar-se a essa
atividade lúdica com os filhos não é tão simples assim. Alguns não conseguem se
desprender das suas responsabilidades e separar um tempo para brincar. Outros
preferem aproveitar seus momentos de folga para assistir tevê ou fazer
programas de adulto. Porém, a ausência desses momentos pode significar um vazio
no relacionamento com as crianças. Vale a pena investir algumas horas no mundo
mágico deles e deixar os pensamentos livres e soltos.
A pedagoga Maria Lúcia Medeiros reforça
que isso estreita a relação entre pais e filhos e dá algumas dicas para que
essas atitudes aconteçam naturalmente. “Quando brincamos com uma criança,
devemos aprender a ouvi-la, seguir seus passos, ver aquilo que ela está
propondo. Mas também nos sentimos confortáveis quando nós reconhecemos naquilo
que gostamos de fazer. Assim, se é um pai que tem outras habilidades, porque
não compartilhar isso com seu filho? ”, ensina.
Por exemplo, no caso de um músico, ele
pode fazer dessa habilidade uma interação lúdica com a criança, criando
instrumentos, inventando sons e canções; um pai que gosta de desenhar pode
aplicar esse dom em divertidas atividades com o filho, ensinando pequenas
técnicas a ele, pintando e criando fantasias. “Claro, sempre tomando o cuidado
de não inibir o filho, mas de incentivá-lo e valorizá-lo em seus fazeres”,
frisa a pedagoga.
Quer mais sugestões?
- Construir
brinquedos juntos, pequenas engenhocas.
- Sair
para uma aventura em um parque, em uma mata.
- Praticar
jogos de tabuleiros. Com os pequenos pode ser jogos da memória, dominó.
Com os maiores, xadrez ou outros jogos de regras mais complexas.
- Jogar
videogame com o filho também vale. Faz parte da cultura de hoje em dia.
“Mas restringir-se a isso é que é o ‘perigo’. A brincadeira sem "os
aparelhos" propicia o olho no olho, o riso, a gargalhada, a conversa.
O olhar de cumplicidade só acontece se estivermos juntos sem a
intermediação da máquina”, explica a pedagoga.
10 (bons!) Motivos para brincar com seu
filho:
1.
Combate a obesidade,
o sedentarismo e desenvolve a motricidade.
2.
Promove o
autoconhecimento corporal.
3.
Estimula competências
socioemocionais.
4.
Gera resiliência
5.
Ensina o respeito ao
outro.
6.
Desenvolve a atenção
e o autocontrole.
7.
Incentiva o trabalho
em equipe.
8.
Estimula o raciocínio
estratégico.
9.
Promove a
criatividade e a imaginação.
10. Estabelece regras e limites.
Nossa
fonte
Maria
Lúcia Medeiros, coordenadora executiva do movimento Aliança pela Infância
FONTE:
Artigo desenvolvido
pelo projeto NA MOCHILA, que em parceria com as escolas oferece uma revista por
bimestre aos pais de alunos do ensino Infantil e Fundamental I. Para saber mais
sobre o projeto, clique aqui.